COMA PERMANENTE.'

A base de aparelho respira,

Os olhos grudados, como se nunca tivessem aberto.

Não existe memória em você,

Só o soro que te alimenta,

Mas me acalenta em saber que ainda posso ver teu corpo,

Enlouqueço em pensar que seus sentimentos estão tão distantes.

Eu olho e não sinto nada, não vejo nada, só o vazio no fundo de ti.

Você querendo ir, e eu ainda tentando te ter aqui.

Fique, fique ai nessa maca de hospital

Porque minhas esperanças crescem a cada dia, como uma planta

Foi você que enterrou essa semente e agora quer matá-la?

Não, não conseguirá, pois aguou e deixo a luz entrar todo dia para esperança ser forte e corajosa.

Nesse coma permanente, nessa minha mente doente

Peço encarecidamente mesmo que não me ouça

Volte, volte ao seu estado normal, mova suas pálpebras

Mexa um dedo, dar-me um sinal de vida.

O monitoramento cardíaco no mesmo ritmo,

O coração ainda bate,

Mas o seu é artificial,

Você não tem amor, acabou-se.

Cadê essa tal esperança que eu tinha?

Ela também acabou em coma profundo

E agora sim, desliguem os aparelhos.

samara jovino
Enviado por samara jovino em 14/03/2011
Código do texto: T2847273
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