Aperte meu coração
Com o olhar,
Conseguiu me desarmar.
Quebrou meus escudos,
Minhas defesas.
Pegou-me desprevenido,
Como flecha conseguiu acertar-me.
Dilacerou meu jeito bruto de ser,
Invadiu-me tão de repente.
Suavemente, suave.
Encontrou esconderijo,
No meu lado esquerdo.
Em meu coração grudou,
Num abraço,
Num beijo,
Adaptou-se ao meu ritmo,
Não sei se meu coração pulsa,
Ou você o faz pulsar...
Pulsa com meus pensamentos,
Pulsa aonde vou,
Pulsa quando durmo,
E sempre você lá,
Pulsando, grudada,
Fazendo pulsar.
Às vezes aperta tanto que doe.
Espreme e faz sangrar,
Também se não aperta sinto falta,
Sinto que falta algo!
Marca meus passos,
Nesse aperto;
Diz que me ama.
Jeito obsceno de querer,
Maneira única de me amar.
Allan Ribeiro Fraga