R I B E I R Ã O

Mata fechada, ciliar ou com a virgindade mantida,
Por debaixo das árvores a picada rumando norte,
Sombras frescas forjadas pelas folhagens tropicais,
Compostas de verde e natureza pura, nua e limpa.

Sinto o cheiro virgem da relva e seus aromas,
E caminho em busca do ribeirão escondido e calado,
Donde principiam os riachos, os rios a caminho do mar,
Bem onde me sento e deixo a imaginação fluir silenciosa.

Sento no barranco do ribeirão que se faz dentre a mata,
Que corre no silêncio natural entre verdes e cantos,
Dos pássaros e dos ruídos da natureza tão vida,
E me encanto com o correr malicioso das águas,
Levados pela gravidade que o carrega em curvas.

Este meu encanto, meu regalo, meu prazer,
Olhar um ribeirão correndo nas sombras verdes,
Com aquela preguiça e serenidade cobiçada,
E tão inconseqüente com o prazer da poesia.

Sentado no barranco do ribeirão debaixo do mato,
Perdi horas e compensei outras tantas horas de sonhos,
Percorri as suposições da vida e me fiz feliz pela vida,
Independente como as águas que corriam autônomas.

Queria, desde menino, que a vida fosse como um ribeirão,
Que vivesse e se fosse pela vida com essa tranqüilidade,
Cujas águas frescas, límpidas e naturalmente ilesas,
Escorrendo pelo caminho do futuro em forma de mar e infinito.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 28/02/2011
Código do texto: T2819787
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