Chuva
Das nuvens descem vapores
Em transparentes louvores
A glória que a chuva traz.
O céu todo escurece
No dia que enegrece
Na plúmbea água que escorre.
Cristalina para a natureza
Que em sua graça festeja
O verde que não se via mais.
Mas, para o medo do povo
Em fortes correntes de lama
As enchentes ela inflama
Devastando impiedosa as encostas.
E em meio a tanto negrume
Ao longe se ouve os queixumes
Dos sobreviventes do caos.
Mesmo assim ela continua festeira
Com uma delicadeza brejeira
Renovando os restos de vida.
Que mesmo depois de ter-se ido
Renasce com o destino cumprido.