POLOS OPOSTOS

Seguro a mão que me foge,
Fujo à mão que me procura.
Trato a f'rida que tu sentes,
Quando a minha não tem cura.
Tu és a fonte que busco,
És a maré que arrefece.
És a lenha que crepita
Em fogo que não aquece.
Eu sou a raiva, o tormento,
Sou a rocha, a solidão.
Sou areia que pisaste
Deixando marcas no chão.
Eu sou a cal que branqueia,
Sou o fumo que se esvai.
Sou uma onda que vem,
Enquanto uma outra vai.

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Maria Letra
Enviado por Maria Letra em 09/02/2011
Reeditado em 12/02/2011
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