TRAÇOS DE CHUVA
Num quanto qualquer acomodei
o que a vida me cabia, em água que não turva
entre o insensato, tantos traços de chuva
sem me possuir, neste só ser tua
nas constelações de vontades nuas.
Me encontrando no deixar viver
nos espaços em que não procurava mais
a tranquilidade dos sonhos em vias tão reais
nas úmidas nuvens de você
Nos olhos que penetram sua boca
passando por qualquer janela louca
esse timbre quase calado
os desejos que não são silenciados
em olhar cerrado, mais um bocado...
e que sem demora insiste em latejar
no vento que grita o que tenho de dizer
nos caminhos de sol que ventam o luar
nos escudos estilhaçados, corpo a levitar
qualquer dose lenta de absinto
Eis os traços da chuva que sinto...