Queria eu...

Queria eu, escrever como Quintana

Não pra tocar o coração, mas chegar à sua alma balzaquiana

Mulher que ama, simplesmente ama

Na cobertura ou na cabana

Não é senhora nem mucama

E assim te escrever num aerograma

Um poema figurativo, figurado caligrama

Ai como eu queria, escrever como Quintana

Queria eu, escrever como Quintana

Te emocionar enquanto lê a minha trama

Deitada linda numa rede de buritirana

Tão meiga e doce, mais doce que a doce doçura da cana

E na rebentação do rio, você e eu numa chalana

Correndo portos nossa paixão que é tão cigana

Cuido você mulher como fosse chinesa porcelana

Ai como eu queria, escrever como Quintana

Queria eu, escrever como Quintana

Ver pelas ruas os seus trajes a paisana

Embevecido num estado de nirvana

E me curvando a beleza soberana

Todo dia, sete dias por semana

Nem me preocupa se a chamam de tirana

Se me olha no olho me dizendo que ama

Ai como eu queria, escrever como Quintana