Capital
Chove na Terra da Garoa.
As ruas, entupidas de carros,
Travados entre cruzamentos e semáforos,
Deixam o tráfego cada vez mais parado.
Congestionamento congestionado.
O mártir do cidadão,
Que anda apressado,
Sem tempo de conversa ou distração
Perto da Avenida São João.
Corre-corre, pessoas para lá e para cá
Toma lá da cá.
A noite se aproxima na cidade que não dorme,
E que continua a se movimentar.
Da vista panorâmica do alto do Copan
Vê-se luzes e a vida,
Cruzarem com diversas culturas,
Em suas paralelas ruas.
Ruas e avenidas,
Da Zona Norte e Sul,
Leste e Oeste, do Centro
Da Sé, o marco zero.
Cores, sons e feições,
Origem que se diferencia
Na extensão do Ibirapuera
Até a periferia,
Por meio de canos e túneis do metrô
Ou pela juventude paulistana,
Transviada e retrô.
Mas daqui se vê violências sexuais,
Bandidos contra policiais.
A cada esquina uma diferente desigualdade
Problemas, o normal,
De qualquer outra cidade,
Pega o Marginal!
Entre o Tietê e o Pinheiros.
Aqui também há lixo,
Entupimento de bueiros,
Enchentes, que atrapalham o andar rotineiro,
Da selva de pedra.
E este, só mais um poema,
Uma redundância sobre esta metrópole,
Reduzida em poucas linhas, ainda superficiais,
Grandeza que se transforma diariamente,
A poesia, que é um presente
Do poeta amante da vida urbana,
Que sempre será a mesma.
Que sempre será,
A Terra da Garoa.
São Paulo, que terra boa.