Só queria que ele me amasse...
Nunca fui de pedir nada.
Nariz empinado, voz colocada...
Pernas longas e passos pequenos,
olhar sereno que tudo lia
e sempre cheguei onde queria.
Nunca fui de ter ciúme.
Vida reta, saia justa, algum perfume...
Brincos de argolas e audição eficiente,
boca inocente de pouca fala
e sempre soube o que cabia em minha mala.
Curvei-me como palmeira experimentando o gosto da terra...
nua, diante de tantos vendavais,
no ponto mais alto da mais alta serra
em meus campos sentimentais...
Nada perguntei,
mas morri de ciúme
daquelas extravagâncias sexuais...
Agora é esperar que tudo isso passe,
porque na verdade,
eu só queria que ele me amasse.