Quietude

Aqui a quietude,

Predecessora da noite,

É só um reflexo

Pálido e sem graça

Da solidão do lugar.

Quase nenhuma

Mobília se vê

E a que está

Queda-se imóvel,

Estática, sem função,

Sem vida.

Até o vento,

Antes furioso,

Com seu chicotear eólico,

Amainou-se.

As janelas tristes

Olham, indagam,

Miram a paisagem

Niilista que nada

Representa.

No céu, uma interrogação,

Uma indecisão climática:

Chuva?

A brancura celeste

Confunde-se

Com as nuvens.

Tudo está calmo,

Parado, quieto.

Uma paz incômoda.

Ao longe alguém

Quebra a monotonia

Ouvindo uma música

Que passa e se vai...

E o lugar permanece

Inalteradamente

Quieto.

(Danclads Lins de Andrade).

Danclads
Enviado por Danclads em 25/01/2011
Reeditado em 29/10/2011
Código do texto: T2751101
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