Sul de Minas - MG

CHUVAS DA REGIÃO SERRANA - RJ


O sol esconde-se sob o manto escuro,
O dia demonstra uma pálida tristeza.
Em vôos pesados, aves buscam refúgio,
O brilho do verão perde à sua beleza,
Baixam as nuvens, as águas derramam,
Em orações os viventes declamam,
Em suplicas ao Deus, vinde em defesa.

O vento a soprar, as árvores torcidas,
A terra a encharcar-se da água caída,
Riachos em filetes formavam o curso,
Pedras inertes pareciam ganhar vida,
O vento soprava, à água empurrava,
Dos morros pedregulho se soltava,
Era a pele da terra que se desprendia.

Zoeira lá nas serras, zona serrana,
Pessoas dormindo, não se viam partir,
Os seres passantes, a face em espanto,
Olhavam as pessoas das vistas a sumir,
Era a natureza como em pique esconde,
Levando a todos não se sabe aonde,
Sem tempo para dos seus se despedir.

A bela região serrana do Rio de Janeiro,
Sobre o pacato povo caiu à voz do trovão,
Uma grande tragédia, mais que à Grega,
Olhos que fecham, pulsos param, se vão,
Quem fica chora lembranças perdidas,
Sepultam os mortos, corpos sem vidas,
Choro e lágrima; aperto em meu coração.

Rio, 16/01/2011
Feitosa dos Santos