O BRIGÃO

Prefiro mil vezes que a senhora me bata,

que me trate igual um sarneto cão vira-lata

mas, por favor, mamãe, me tire desse castigo!

Prometo à senhora que hoje eu não mais brigo.

Eu não cometi de modo algum cruel assassinato

para viver como um bárbaro prisioneiro de fato.

Juro ,por tudo que é sagrado, que a culpa não foi minha

de ter esbofeteado com gosto o bobo do filho da vizinha.

Ele usou o seu lindo nome acompanhado por um monte de palavrão

Por ser a senhora minha mãe, fui defender a sua reputação.

Eu, mamãe, a amo muito e para não ser chamado de mariquinha

bato em qualquer um que a insulte, igual fiz ao filho da vizinha.

Pronto, mamãe! Tudo esclarecido e colocado o pingo no i

então posso sair do castigo, não preciso mais ficar aqui.

Como disse o ditado não merece castigo quem fala a verdade,

logo, mãezinha, já posso me considerar em plena liberdade.

Como ? Creio que a senhora deseja que eu tenha um infarto...

Só se eu pedir desculpas à vizinha e ao filho dela é que eu sairei do meu quarto?!

Mamãe, o que a senhora está exigindo de mim não tem cabimento.

Acho que a senhora não entendeu. A senhora foi alvo de xingamento,

portanto,mamãe, qualquer um sensato pode ver que é o contrário;

além de ter apanhado de mim ainda merecemos desculpas daquele otário.

Epa! A senhora não muda uma vírgula do que disse? Meu Pai do Céu, que coisa tétrica!

Mãe, não quero ficar no meu quarto em prisão perpétua. Traga-me uma cadeira elétrica.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 16/01/2011
Código do texto: T2732033