UMA CANÇÃO DO ORIENTE
Eu canto, mas não é debalde,
no seio desta minha tribo,
que muitas vezes no auge
de orgulho nela me estribo.
Mas se não me vejo cantor,
se eu te entoar em langor,
elevo as longas orações
que atinja os seus corações!
Minh´alma canta os palmares,
suntuosas canções do oriente,
que a voz percorre os seus ares
germinando em cada semente.
Me ouvem os amigos sentados,
esperam o momento desfecho,
eu tiro de olhos fechados,
canto sempre atento cada trecho.
Já passaram voláteis cantores,
mas todos vieram e desapareceram
como no outono as flores,
murcharam e envelheceram.
Bafeja a manhã carinhosa,
sobre a vida areja a brisa fria,
já me promete tão glamurosa
uma paz que me contagia.
Mas a garganta fremente
jorra águas como a torrente:
Palavras dos salmos de louvor
ao D´us bendito e Senhor.
(YEHORAM)