Eu , papel, madeira, aço, tinta e você.

Bom banco para sentar procuro,

bons talheres para almoçar não tenho.

carne sobre meus ossos já não há,

pensamentos em minha cabeça já não ficam.

na solidão, e na minha poesia já não se vê distinção.

no asfalto nunca houve espaço.

nas estradas nunca acharam o destino...

rabiscos esquizofrênicos sobre mesas de estremo respeito.

palavras ludibries sobre verdades incautas,

na pauta do dia: metas.

nas metas da faca; o corte.

ao encontro do aço sempre haverá carne.

para apagar sujeira sempre terão; tinta,

para conquistar alguém: sempre haverá amor.

para afastar: a falta.

bons artesãos gostam de boa madeira,

boa madeira gosta de grande floresta.

de medo ou tesão a mão sua frio antes do tiro.

como a boca treme antes do beijo,

como o calor soa ao suor como aviso.

sua ausência tocou em mim como a caneta no papel,

e a sua presença ficou em mim como saudade.

Allan Ribeiro Fraga

ESCRITOR FRAGA
Enviado por ESCRITOR FRAGA em 07/01/2011
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