Eu , papel, madeira, aço, tinta e você.
Bom banco para sentar procuro,
bons talheres para almoçar não tenho.
carne sobre meus ossos já não há,
pensamentos em minha cabeça já não ficam.
na solidão, e na minha poesia já não se vê distinção.
no asfalto nunca houve espaço.
nas estradas nunca acharam o destino...
rabiscos esquizofrênicos sobre mesas de estremo respeito.
palavras ludibries sobre verdades incautas,
na pauta do dia: metas.
nas metas da faca; o corte.
ao encontro do aço sempre haverá carne.
para apagar sujeira sempre terão; tinta,
para conquistar alguém: sempre haverá amor.
para afastar: a falta.
bons artesãos gostam de boa madeira,
boa madeira gosta de grande floresta.
de medo ou tesão a mão sua frio antes do tiro.
como a boca treme antes do beijo,
como o calor soa ao suor como aviso.
sua ausência tocou em mim como a caneta no papel,
e a sua presença ficou em mim como saudade.
Allan Ribeiro Fraga