NO TANGER DOS PINGOS

No tanger dos pingos de chuva

que bramem nas verdes folhas,

caem e servem como uma luva

nos charcos que fazem borbolhas.

Ouço todos plangentes ao chão,

correm e escorrem ladeira abaixo

do lado de dentro do meu coração

penso naquilo que me encaixo.

A minh´alma flébil dáguas,

do meu signo, fluidos de novembro,

arrastam-se por elas as mágoas,

fontes celestes germinam o cembro.

E da escuridão que sai a luz

do monturo ergue-se o rei

sobre as águas que o conduz,

vai torrentes que seguirei.

Mas no vale de lúgubre visão,

corpos encharcados em barros

de escatológica destruição,

sugam hamunos em seus carros.

Para onde caminha a terra?

Paras as mãos da chuva implacável,

das inundações de guerra,

dilúvio do D´us infindável!

Surja logo o seu arco de cores,

para relembrá-lo de sua compaixão

e de como sobem os clamores

dos pobres homens sem visão!

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 06/01/2011
Reeditado em 07/01/2011
Código do texto: T2712637
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