NO TANGER DOS PINGOS
No tanger dos pingos de chuva
que bramem nas verdes folhas,
caem e servem como uma luva
nos charcos que fazem borbolhas.
Ouço todos plangentes ao chão,
correm e escorrem ladeira abaixo
do lado de dentro do meu coração
penso naquilo que me encaixo.
A minh´alma flébil dáguas,
do meu signo, fluidos de novembro,
arrastam-se por elas as mágoas,
fontes celestes germinam o cembro.
E da escuridão que sai a luz
do monturo ergue-se o rei
sobre as águas que o conduz,
vai torrentes que seguirei.
Mas no vale de lúgubre visão,
corpos encharcados em barros
de escatológica destruição,
sugam hamunos em seus carros.
Para onde caminha a terra?
Paras as mãos da chuva implacável,
das inundações de guerra,
dilúvio do D´us infindável!
Surja logo o seu arco de cores,
para relembrá-lo de sua compaixão
e de como sobem os clamores
dos pobres homens sem visão!
(YEHORAM)