Miscigenação e desejo
Tua geografia
Miscigenada
Em curvas
Insinuantemente
Sinuosas.
Teus lábios
Indígenas,
Amendoados,
De beijos de mangaba,
Onde me lambuzo
E sorvo álacre
Teu gosto...
Teus olhos negros,
Profundos
A sorrir
Em um dialeto
Africano,
Contam-me
Lendas de amor
Em odes.
Teus cabelos,
Qual fio de Ariadne,
A me conduzir
Para teu labirinto,
Onde desejo
Perder-me
Em teus cipós
A embrenharem-me
E embriagar-me
Em teu perfume.
És toda
Uma confluência
De Mistérios
Racial de prazeres.
(Danclads Lins de Andrade).