Calado
Posso ver o valor do silêncio
O quanto é precioso ouvir, ouvir...
O tudo que se passa em nossa frente
E ser incapaz de falar; ouvir apenas!
Vejo corpos inatingíveis, homéricos
Que os quero todos para mim
Ser meu, apenas.
Talvez nem saiba o que é mais querer
Sou frustrado de não ser tanto eu
Mas sou preguiçoso e é ela – a preguiça amiga- que me guia
A preguiça e o ar insatisfeito de mim mesmo
Com todas as lânguidas carnes que jamais provastes!
Escrevo descompassadamente como uma vida
Que muda severamente a cada novo passo
Onde eu possa me perder e me achar
Pois ando meio desligado e os números me bastam!
E os levo, agora, com a maior certeza de vitória
Que os corpos, posso ter
Que as vidas, posso ter
Mas, a mim mesmo, me perco descontroladamente
Oh Deus Pai, me guia aos sete chãos que me resta
Que eu seja repleto de certeza e esperança
No novo que vai chegar!
E eu possa dormir em paz, calado, como no meu início...
19-10-2006