Meus olhos
Reflexiva luz, razão da observância do rumo
Da extensão circular distanciada
Visual da ciência que faz ver o imperceptível do saber
Órgão par de minha órbita ocular
Que permite enxergar os desejos de amar
Pupila derramada no meu humilde texto
Espetacular íris no meu poema
Áurea reluzindo minha inspiração
Conduzindo-me na vida, pelos raios de luz
Deixando-me sensitivo às dores do coração
Meu olhar, ponto de relume noite e dia
Possuidor de gestos claros com poder de avistar
Olhos que inundam meu rosto com lágrimas
Fazendo-me compadecer sem regra
Condoer, sim, por muitos daqueles que não enxergam
Meus olhos, pequeninos, estreitos, às vezes tristes
Mas com imensidão para divisar
E admirar o bonito, o feio, o choro, a ferida
Também fugir do erro para achar o caminho certo
E ver de perto o desânimo, a alegria, a dor, a vida
Tens o vício alongado da miopia que me guia
Direcionados ao céu através do convexo
Representados por uma bela Oftalmografia
Tendo o côncavo visivelmente retraído ao descanso
Ás vezes por astigmático cansaço pela oftalgia
Membrana soberana das pálpebras
Para localizar imaginação, não mede refração
Olhos que se apoiam à sombra que passa
Visão que pede alívio ao colírio
Quando por hipermetropia, se ofusca na fumaça
Olhos que emitem imagens de humor aquoso e cristalino
Para que o cérebro possa interpretar o feitiço da córnea
Meu reflexo global do eixo da retina saudável
Que nos cílios, representam a estética das sensações
Com fluído lacrimal corrente, feito um rio de emoções
Eles sentem os sentimentos dos necessitados
E os admiráveis mistérios daqueles que não veem
Flagrante vistoso ao insano que enxerga mas não quer ver
Olhos que Deus criou sob cortesia, divindade e afim
Castanhos escuros, meus olhos, a melhor parte de mim
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Fortaleza-CE, 28/12/10 - 23:43h