PERGUNTA AO TEU CORAÇÃO
Quando fores por aí
na vastidão do pensamento,
nas praias do aqui e alí
juntares com teu alento,
com as dúvidas do vento.
Pergunta ao teu coração
se a madrugada é cega
que não enxerga a emoção
daquele que se entrega
lânguido em oração.
Pergunta ao próprio José,
quando inconsequente me fez
como no armago aloé,
como sem intenção talvez.
Quando fores vaguear
por tua própria conta
de uma a outra ponta,
sabes que podes errar.
Tua meiguice de pomba
que meu a coração subverte
e a luz da lua me adverte
da vida rápida e longa.
O raio de sol que me sorria,
me saudava de esperança
na força e no vigor do dia
de quando eu era criança.
Quando fores se aventurar
nas ondas deste mar bravio,
arriscando um naufragar
ou num sossego estio.
Pergunta ao teu mar,
onde fica a tua própria razão.
Pergunta ao luar,
aonde foi a escuridão.
Pergunta a minh´alma
se tu tinhas mesmo razão
ao tanger a calma,
quanto ao risco da paixão.
(YEHORAM)