INCOMPREENSÃO
O coração incompreendido
que degusta da amargura
desta sua desventura
do seu amor perdido.
E o meu amor de repente
foi como uma borboleta
que da flor no peito sente
vai da outra á violeta.
No mundo verde distante
da desilusão constante,
com palavras e desencontros
sem a voz náutica dos contros
ou do brado de um instante.
Perde numa fração de tempo
o amor no pensamento,
como a flor exposta ao sol
e a folha seca ao vento
do sentimento o seu crisol
se experimenta o desalento.
Mas a própria dor não seca,
que invade a alma e peca,
no calor dos meus dias
de distantes alegrias,
a lembrança em mim tropeça.
E esta minha voz rouca
que teu nome clama, louca!
que excita raiva em brasas,
mas no fim tu me arrasas,
e esta minha dor não é pouca.
(YEHORAM)