Bravo Guerreiro

Seu moço, me acuda!

Preciso de ajuda,

Estou preso aqui.

Vinha eu, pela trilha,

Não vi a armadilha

E, nela, eu caí.

Se aveche, seu moço,

Que estou pele e osso;

Que assim, vou morrer.

Nem sei quantos dias,

E noites, tão frias,

Que estou sem comer.

Há dias que choro,

Que grito, que imploro,

Que rouco já estou.

Depressa, seu moço!

Tira-me deste fosso

Que minha força, acabou.

Sou estranho, confesso,

Mas um favor, eu te peço:

Socorra-me urgente:

Eu sou de outras terras,

Outros montes, outras serras,

Mas não sou bicho, sou gente.

Que ama, que chora,

Que grita, que implora;

Que também sente dor.

Portanto, me acuda,

Dá-me tua ajuda,

Tira-me agora:

Que, a ti, serei grato,

E falarei deste fato,

Quando for-me embora.

E, por onde eu andar,

De ti vou falar

Com orgulho e emoção.

Que, minha vida salvaste,

Quando dum poço me tiraste,

Como se eu fosse teu irmão.

Tu, és bravo, és forte,

Pois livraste-me da morte,

Que não tardava a chegar.

Por isto, eu te digo,

Que sere teu amigo,

E sempre vou te exaltar.

E quem sabe, algum dia,

Eu tenha a alegria

De te reencontrar.

Quero apertar tua mão,

E um beijo de irmão

Em tua fronte, vou dar!...

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 14/12/2010
Reeditado em 06/06/2014
Código do texto: T2671105
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