Poeta e poesia
Não te afastes de mim, oh poesia
Que meus dias findam sem alegria
Minhas cores sem euforia
E não caibo em mim
Não te ausentes das estruturas
Que corrompestes puras
E sem mais juras
Voltas a mim
Como uma virgem desolada
A minha honra foi roubada
Por tantas promessas de casada
Agora te afastas assim?
E se me tiveres como um nada
Dentro da madrugada
Não me atentes a vir
Fica com teus versos inquietos
A machucar os aspectos
Dos que vivem só do sim
Porque também sou “prima”
Impar, obra minha sem ti
Que nasceu feito arte
À noite a beira do que invade
E precisa sair
A menos que te negues, e me ame
Docilmente e arfante
De mulher a amante
Ser senhora do que vir
Eu prometerei ser a lua
Tão doce e nua
Perdida nas ruas
Esperando por ti.