Poeta e poesia

Não te afastes de mim, oh poesia

Que meus dias findam sem alegria

Minhas cores sem euforia

E não caibo em mim

Não te ausentes das estruturas

Que corrompestes puras

E sem mais juras

Voltas a mim

Como uma virgem desolada

A minha honra foi roubada

Por tantas promessas de casada

Agora te afastas assim?

E se me tiveres como um nada

Dentro da madrugada

Não me atentes a vir

Fica com teus versos inquietos

A machucar os aspectos

Dos que vivem só do sim

Porque também sou “prima”

Impar, obra minha sem ti

Que nasceu feito arte

À noite a beira do que invade

E precisa sair

A menos que te negues, e me ame

Docilmente e arfante

De mulher a amante

Ser senhora do que vir

Eu prometerei ser a lua

Tão doce e nua

Perdida nas ruas

Esperando por ti.

SARA GONÇALVES
Enviado por SARA GONÇALVES em 13/12/2010
Reeditado em 13/12/2010
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