No Silêncio da Madrugada

Ao silêncio amigo da madrugada me entrego,

Quando todos se calam, descansam e dormem...

Vou dedilhando ao piano toda minha angustia.

Esse amor louco, a vontade desse homem...

Já não é amor, é doença, pura demência.

Na madrugada deixo que as lágrimas

Banhem meu rosto e o grito de amor

Engulo seco, peito aberto em chagas...

Ah... covardia idiota, até quando serei cativa?

Pedaço de mim, fantoche do destino, escrava...

Até quando suportarei do vulcão, a labareda?

Seguir sendo nada, minha própria madrasta...

Ele é meu dia, minha noite, minha alma,

É senhor do meu corpo, do meu sangue.

Meu segredo mais lindo, cruel, assassino...

Que nega o calor, a felicidade desse instante.

No silêncio da madrugada, fantasio seu toque,

Sorvo em seus lábios o champanhe mais fino.

Rasgo a partitura maldita, me atiro na cama,

E no sonho o tenho entre os lençóis de linho...

Mary Trujillo

06.12.2004

Mary Trujillo
Enviado por Mary Trujillo em 21/06/2005
Código do texto: T26578
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