Versão
Aquele velho amor novinho em folha:
O tema das sevícias da língua em
Nossas bocas
A flama da angústia de muitas horas
Minuto a minuto
Aquele velho amor novinho em folha
Esburacando meus olhos com volúpia louca, contava mais de mil segredos em fratura porcelânica e me fez delirar assim como quem não quer tirar a roupa
Como quem não desnudará nem mais sua própria sombra
Como quem dirá o que gostariam de escutar sem sentir vergonha
Como quem empaturra a vida de compromissos para assumir coisa alguma
Aquele velho amor novinho em folha nunca mais me deixou escrever
Aqueles poemas que riam na boca;
Aqueles poemas que tingiam o inverno;
Aqueles poemas que fardavam a fome;
Aqueles poemas que adoçavam os ouvidos.
Aqueles poemas...Sabem...que ousavam tudo e deflagravam o emudecer de vozes ao redor!
Aqueles poemas que se amontavam em versos.
Aqueles poemas que rimavam mesmo
Por dentro por fora por eles mesmos!
Aqueles poemas amados!
Aqueles poemas perseguidos!
Aquele velho amor novinho em folha
Sequestrou as belas lembranças
Cortou com navalhas minhas crianças
E agora me deixa aqui
Escrevendo afrontas e vergonhas
Sem nenhum entusiasmo na voz
Sem nenhum fruto no arbusto
Sem nenhum estranho entre nós
Aquele velho amor novinho em folha
Nem sabe de mim
Nem sabe de tudo
Nem sabe fugir
Nem sabe matar-me
Nem sabe...
Do Livro De Olho:Embriagado