PLANTADAS

Semear, semear, semear...

o amor, com amor, por amor,

ditando palavras ditas, uma a uma.

Cultivar, cultivar, cultivar...

duvidar ou acreditar?

Sei lá!

Sonhar e depois acordar,

dia a dia e noite a noite.

Lágrimas e sorrisos,

tristezas e alegrias,

um dia acreditar no que duvidou

e duvidar do dia que acreditou.

Num olhar distante do passado, um amante

das madrugadas quentes e os dias ferventes,

os sentimentos mais profundos,

os desejos mais ardentes,

as lembranças mais saudosas,

o sussurrar e o suar mais calientes

e as ditas palavras

benditas no passado

e malditas que me atormentam o presente

dos momentos que eram e hoje, agora, são ausentes.

Aquela rosa vermelha exuberante que me deu,

amarela e seca está dentro do livro

que junto dela se esqueceu,

aos olhos de uma mulher que entristeceu,

mas que ainda não morreu,

com esperança dos dias que virão...

sementes semeadas e cultivadas,

que ainda estão plantadas.

Regina Zamora

Texto revisado por Marcia Mattoso