Hi-ato barato
Menina! caímos no mundo,
E tudo que fizemos sobrou de nós,
Nem lápis nem aponta-a-dor...
Não passamos a limpo,
Tudo escrito de uma vez,
Hoje, hiato barato
Fingindo estar separado...
Quem pedia calma hoje é solidão?
As dores dilatavam minha alma,
A fome era sede,
E a seda era fina,
Tanto que quebrou o salto,
Hoje, Hiato barato,
Fingindo bem-educado...
Agora eu sei,
se fosse dor não doía,
Perdia, fugia,
Vestia o medo em qualquer rouparia...
E o peso do amor?
Serviu pra segurar as folhas
Que ficaram na mesa,
Porque o vento forte não levou...