EXALTAÇÃO À BAHIA

Valorizar a minha Bahia

é o que sempre quis fazer.

Estimar seus sertões,

apoiar-me em suas dunas,

sentir o toque das plumas

ao som das cachoeiras –

que formam caudalosos rios –

que se desembocam no mar.

Contemplar a beleza dos horizontes!

Esgrimir a consciência na consistência

das cristas dos teus relevos.

Ter o descanso dos matagais, quem dera,

do meu interior, e bem mais:

esvaziar a nostalgia;

não esvair-me de ti um dia;

nem olvidar de ti jamais.

Sonhar não em vão,

no vão de senzala-fazenda

que já não existe (?) por toda a Região.

Ó Bahia, tu não és o reduto para escravizadores!

Tu és parte do Nordeste,

e não tem somente agreste,

mas é o recanto de encantos e encontros

que pairam na memória de um Amado Jorge... e...

esvai-se no céu-da-boca de turistas retirantes.

Sei, sim, que me fogem as palavras,

porém, eu às vezes me escondo:

na tua fascinação;

nas tuas glórias naturais;

na antítese do teu Pelourinho;

volvo-me na eira da capoeira;

no sabor do acarajé e no axé das canções.

Digo eu, me transfiguro no outono,

reapareço no inverno, na primavera e no verão.

Viajo nas destrezas matinais

e, invado cidades, cidadezinhas e arraiais.

Sou teu andante, Bahia! Morrerei no teu chão!

Tudo em ti ó Bahia são motivos de exaltação,

pois quando estou longe – dá-me saudade.

E aí no teu nexo ou em tua eclosão,

estou eu e meu eu; porque também te incute:

um Caetano; um Gil,

que te versam nos acordes

e de paródia dizem mil...

dizem dos teus costumes;

do teu folclore;

do teu fluir;

dos teus primitivismos

ou qualquer etc e tal.

Sei, sim, que te exaltarei sempre,

por tua gente, terra mansa e cabralina,

encíclica do meu Brasil!!!

Em 1990 pelo autor

Uilson
Enviado por Uilson em 12/11/2010
Reeditado em 13/11/2010
Código do texto: T2610895