EFEMERIDADE
Da vida a gente reclama,
o poeta apenas ama
e ouve a voz que lhe chama
que o tira daquela cama.
O sonho pode ser ilusão,
a vida pode ser passageira
mas do amor numa fração,
sensação para a vida inteira.
O barulho pode incomodar,
mas o silêncio muito mais,
quero pelas turvas andar
ao som dos uivos dos chacais.
A vida tem que ser celebração,
com pausa para o respeito,
mantendo a boa vibração
que corre aqui dentro do peito.
Da vida a gente reclama,
o poeta a descreve em versos
palavras de cunhos insanas
soltos e todos dispersos.
Da vida que a gente reclama,
perdemos o tempo em queixas,
pois passa tão rápido a fama
as cãs no lugar das madeixas
(YEHORAM)