Rotina
Eu devo eu posso
não quero não gosto
se posso não faço
a dívida nasce
se abro, caroços
se fecho eu volto
na volta desvio
dever é diabo
querer agradável
fazer é provavél
te ter impossível
viver arrastado
amar é preciso
nem tenho amigo
Um som, uma cor
um gosto, um cheiro
a seda da flor
teus próprios cabelos
eu guardo comigo
estou enlouquecido
vou pro meu mundo
me tranco me calo
e sumo, desmaio
ninguém bate à porta
porém continuo
e acordo e durmo
levanto aturdido
calçando outro dia
e bebo a fraqueza
prum dia morrer