INFÂNCIA

Que infância! Que lembrança!

Que idioma! Que mistura!

A juventude, uma criança,

vontade de fazer loucura.

No oriente, as tamareiras,

no ocidente, os coqueirais

no sitio da avó, as laranjeiras,

na Bahará, os ancestrais.

Arrebentando o estilingue

ao atirar no beija-flor

na minha boca de bilingue

ahavá era o amor.

Eram tempos ditosos,

não me afetava a ditadura

os meus avós já bem idosos

não lhes poupava minha travessura.

Eu tinha o meu chapeu de palha

posto sobre a minha kipá

na mente o campo de batalha

uma faca a laranja a descascar.

Na frente o pomar de laranjeira

em volta o campo, a natureza,

gostei mais que a tamareira

quando vi de perto a tua beleza.

A minha infância querida

que dela ainda me lembro bem

tive alegria, tive ferida,

no sítio eu a tive mais de cem.

Duas luas, dois pontos cardeais,

sentir o mato e as campinas

no peito a voz dos ancestrais

do meu lado vejo as três meninas.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 08/11/2010
Código do texto: T2604006
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