FRAGMENTOS
Um dia me olhei no espelho
E não me vi.
Não vi a minha imagem
Refletida.
Na verdade
Vi a minha história
Espalhada pelo caminho
Que segui
Entre o absoluto
E a banalidade.
Fragmentos
Uns aqui, outros ali.
Que formavam um eu
Sem forma
Ou que só davam forma
Ao que senti.
Tentei juntar os pedaços
Mas o caminho era longo
E eram muitos fragmentos
Desencontrados, sem encaixe,
Entre os que vivi
E os que imaginei viver.
Era um contínuo jogo
De fatos que se chocavam
Em viagens de adestramentos
Perdidas pelo caminho
Nas ruas de toda vida.
A censura á espreita a cada passo
Do próximo passo...
E de repente eu me vi
Num canto mais distraído da vida
Encoberto em um céu secreto
Entre as extravagâncias
E os cinco sentidos...
E vi no meu rosto,
Onde escorria o tempo,
Toda a minha ânsia de viver
De crescer
De renascer
Criando-me e
Recriando-me
Sem nunca conseguir
Ser plena, inteira,
Por isto, fragmentada,
Mas vivendo...
Sendo...
Amando...