PLANTÃO MÉDICO

PLANTÃO MEDICO

Já fala-se da quarta,

Que,sendo o hoje,

Esqueceu-se da terça,

Que, sem querer,

Debruçou-se no cansaço da segunda,

Herdado do domingo.

Floresce e germina o sábado,

Que recapeia uma sexta-feira,

pernoite intranqüila,

Malfadado dia,

Descrendo o descanso da quinta.

Obscuro e insano plantão médico,

Aflitos sadios que rondam os portais,

que inrropem no perfume

Para nunca esquecer-se.

Mastigando a semente que brota,

Desafinado padrões de rebeldia,

Desencantam a vida calma dos anjos,

estremecem a noite dos insaciáveis,

Que, em vão reclamam o perfume..

Lá está ele

- não tem sua cama,

- sem mulher,

sem sorrisos,

sem crianças, sem risos,

sem sonhos, sem choros,

sem acalantos ou lamurias de um final de dia.

Lá esta ele,

No plantão , assíduo,

Num interminável e obscuro dia.

Não há sol, não há luz,

Não há por do sol,não há lua,

Não existem luzes,

Nem corpos ardentes,

Apenas corpos frios e frenéticos.

Não há amor ou ilusão

Há um “que” de compaixão.

Resta sempre um desespero ardente,

Há sempre um medo rolando,

Um sonho acabando,

A vida se indo,

Sonhos nascendo,

A vida surgindo.

O amor desencontrado,

Clamando sempre,

Contando urgente

Um conto encantado

Do paciente se despedindo

Therezinha Henriques
Enviado por Therezinha Henriques em 28/10/2010
Código do texto: T2582631
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