PLANTÃO MÉDICO
PLANTÃO MEDICO
Já fala-se da quarta,
Que,sendo o hoje,
Esqueceu-se da terça,
Que, sem querer,
Debruçou-se no cansaço da segunda,
Herdado do domingo.
Floresce e germina o sábado,
Que recapeia uma sexta-feira,
pernoite intranqüila,
Malfadado dia,
Descrendo o descanso da quinta.
Obscuro e insano plantão médico,
Aflitos sadios que rondam os portais,
que inrropem no perfume
Para nunca esquecer-se.
Mastigando a semente que brota,
Desafinado padrões de rebeldia,
Desencantam a vida calma dos anjos,
estremecem a noite dos insaciáveis,
Que, em vão reclamam o perfume..
Lá está ele
- não tem sua cama,
- sem mulher,
sem sorrisos,
sem crianças, sem risos,
sem sonhos, sem choros,
sem acalantos ou lamurias de um final de dia.
Lá esta ele,
No plantão , assíduo,
Num interminável e obscuro dia.
Não há sol, não há luz,
Não há por do sol,não há lua,
Não existem luzes,
Nem corpos ardentes,
Apenas corpos frios e frenéticos.
Não há amor ou ilusão
Há um “que” de compaixão.
Resta sempre um desespero ardente,
Há sempre um medo rolando,
Um sonho acabando,
A vida se indo,
Sonhos nascendo,
A vida surgindo.
O amor desencontrado,
Clamando sempre,
Contando urgente
Um conto encantado
Do paciente se despedindo