DESALENTO
Às vezes me sinto uma sombra viva,
alcunhada pela apatia, de supérflua,
esquecida em algum lugar por alguém,
que arrumou roupa mais interessante pra vestir,
enganada pelas luzes ofuscantes do universo,
que a noite vem desumana e exibida.
Instintivamente procuro uma saída,
desanimada persisto aqui amargurada.
O amanhecer trás os primeiros raios de sol,
que me embaraça com o teu sorriso.
O dia se abre em gamas para meus olhos baços,
que não enxergam as suas cores.
Minha angústia se confunde com a alegria.
Eu amo e padeço.
Eu provo o domínio, porém, não sei expressá-lo.
Sou uma sombra viva,
codinome pelo marasmo que me atém no planeta.
Vem, antes que eu evapore no espaço.
Sorria, seduza e me conduza de volta à vida.
Vitoria Moura 26/10/2010