NA RODA DO SAMBA FINAL
Na roda do samba final
na mesa do nosso bar
uma papo intelectual
no sábado a conversar,
o samba e o carnaval.
Política é uma piada:
Chacotas e grandes deboches,
a promessa que é tão viciada,
os cidadãos como fantoches,
a torta já vem fatiada.
Esquecem dos nossos gênios
que tiveram a correta visão
eles nunca receberam prêmios
fizeram tudo de coração.
Joaquim não ouviu um samba
cantado pelo nosso Martinho
O Rui na fronteira, a muamba,
não conheceu nenhum pedacinho.
O "império" que volta ao "Serrano",
na letra de um samba enredo,
na mão da mulher que é engano
não para sequer um segredo.
Se correr, logo pega o bicho,
se ficar, logo é o bicho que come,
o sistema jogado no lixo,
a promessa de acabar com a fome.
A história do fim da escravidão,
a república vem para enquadrar
o escravo virou cidadão,
a esquerda se pôs a cantar.
É a fama do desfecho em samba:
Tudo se esquece em fevereiro,
a mulata, na quarta é uma santa,
ninguém mexe nesse formigueiro.
Ninguém sabe que fulguração,
vai refletir ás margens do rio,
de um lado a faca na mão
do outro lado a bomba e o pavio.
Tíbias são as suas águas,
melhor que fossem como um vulcão
ou no gêlo das suas mágoas,
aposentamos a solidão.
(YEHORAM)