NA RODA DO SAMBA FINAL

Na roda do samba final

na mesa do nosso bar

uma papo intelectual

no sábado a conversar,

o samba e o carnaval.

Política é uma piada:

Chacotas e grandes deboches,

a promessa que é tão viciada,

os cidadãos como fantoches,

a torta já vem fatiada.

Esquecem dos nossos gênios

que tiveram a correta visão

eles nunca receberam prêmios

fizeram tudo de coração.

Joaquim não ouviu um samba

cantado pelo nosso Martinho

O Rui na fronteira, a muamba,

não conheceu nenhum pedacinho.

O "império" que volta ao "Serrano",

na letra de um samba enredo,

na mão da mulher que é engano

não para sequer um segredo.

Se correr, logo pega o bicho,

se ficar, logo é o bicho que come,

o sistema jogado no lixo,

a promessa de acabar com a fome.

A história do fim da escravidão,

a república vem para enquadrar

o escravo virou cidadão,

a esquerda se pôs a cantar.

É a fama do desfecho em samba:

Tudo se esquece em fevereiro,

a mulata, na quarta é uma santa,

ninguém mexe nesse formigueiro.

Ninguém sabe que fulguração,

vai refletir ás margens do rio,

de um lado a faca na mão

do outro lado a bomba e o pavio.

Tíbias são as suas águas,

melhor que fossem como um vulcão

ou no gêlo das suas mágoas,

aposentamos a solidão.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 25/10/2010
Reeditado em 25/10/2010
Código do texto: T2577690
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