JARDIM UNIVERSAL
JARDIM UNIVERSAL
Ando na ponta dos pés
Não quero acordar a Deus
Criou o Universo
Tão cheio de vazios.
Cheio de estrelas que brilham
Grafo todas na ponta do lápis
E aponto o meu dedo para o Nada
Uma verruga nasce
E apenas o silencio do sol me aquece
Mas para quem Deus criou tudo?
O gelo precipita em minha alma
E o mesmo dedo que tem a verruga
Num gesto pouco calculado
Direciona para o silencio
E todos que olham se calam
Sente o calor da lua
O frio do sol
A escuridão das estrelas
O Brilho do Nada
Tudo não existe sem o Nada
Nada não existe sem o tudo
O Calafrio da morte percorre o meu ser
Da morte tiro a vida
Pois sem a vida não haveria a morte
Nasce e morre
Grita e cala
E na ponta dos pés eu aponto
Desenho com o meu corpo uma estrela
A dor é palpável como a luz do dia
Vazio, sinto-me como o Universo.
André Zanarella 27-06-2008