UMA VIDA SEM LUGAR

As vezes eu fico a pensar

na vida e no seu motivo,

se ela pode se enganar

ou se a morte manda aviso

se pode a noite se calar.

Se as estrelas não vão brilhar

como uma saudação dos céus,

se a cachoeira não vai jorrar,

cavalheiros e seus chapéus

para uma dama cortejar.

O herói com o seu braço forte

não tem mais poder de salvar

mesmo se está diante da morte,

criam leis para nos matar

tiram as chances da nossa sorte.

Quando penso no cavaleiro

montado no seu cavalo

outrora era um guerreiro

no fim do dia, o intervalo,

ele volta ao cativeiro.

Penso ainda nos meus amores

no prazer proporcionado

o antigo que enviava flores

era o sinal de apaixonado

de princípios e valores.

Mas quem é que pensa em mim,

nas minhas tristes mazelas

ou naqueles cujos seus fins

terminam em tristes favelas

ou até dormindo em capins?

Tenho medo de olhar o futuro,

e me ver andando por lá,

na minha frente tem tanto escuro

não verei mais o sabiá

nem mais um fruto maduro

para se justificar.

A crise não é privilégio

é uma realidade global

chamam o justo de sacrilégio

fazem apologia do mal

aprendem isso no colégio.

Eles não sabem a diferença

da direita para esquerda

para me enganar pedem licença

e contamos com a perda

já recebemos esta sentença.

É o mundo, a confusão,

que me rouba o pensamento

mas eu vejo com o coração

que me dá discernimento

para ouvir uma canção

com alma e sentimento.

Penso ainda na esperança

é a irmã da mnha fé,

aprendi desde criança

apesar desta maré

ponho em ti a confiança.

Se eu não parar de pensar

não acabará a poesia

tantos versos a versejar

tanta politica e mania

de um país a transformar,

de uma vida sem lugar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 19/10/2010
Código do texto: T2565285
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