O VACILO DA FÉ

Por que nos criastes barro,

sem força de vontade,

nos chamastes de teu jarro,

fizeste-nos cheios de vaidade?

Por que me impusestes a tua lei

e tantas atrações opostas a ela,

o desejo do mal que farei,

a mulher que eu vi desta janela?

Por que me mandas rezar,

se nunca me atendes quando preciso,

um joelho me destes para dobrar,

mas de manhã não sinto o motivo?

Por que me fizestes ético/moral,

mas me destes sangue quente

um atributo imortal

se santidade não é coisa da gente?

Por que fizestes a paciência

mas permites que existam políticos

e me exiges tal penitência,

para suportar esses malditos?

Por que me fizestes humano,

quando, na verdade, deveriamos ser divinos,

ou pertencermos a qualquer outro plano,

menos mortais meninos?

Por que criastes a igualdade,

se na verdade, somos tão diferentes,

se o que move a sociedade

são as ambições mais latentes?

Por que nos deixas sozinhos,

se sabes que a natureza é humana

que trilha seus próprios caminhos

e de seus erros se ufana?

Por que, sendo tu a vida,

criastes para nós a frieza da morte,

e a dúvida em nós contida

é sobre o nosso destino e a nossa sorte?

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 18/10/2010
Código do texto: T2563497
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