CARNE D’ALMA // DESIDERATOS
CARNE D’ALMA
em viva carne d’alma
assim como chaga dolorosa
cortando não se sabe o quê
e nem onde
assim como flor de sentidos
uma certeza
dos pensamentos
enovelando-se
em meus vestidos
neutralizando a carne
sob os tecidos
assim, em tépida carne das pupilas
assim, em morna película das veias
assim tecendo inocências
imanências
DESIDERATOS
invento estrelas
para depois
em meus versos
desfazê-las
e passeio de mãos dadas
com a minha sombra
crio desideratos
reinvento o universo
sob a medida da ponta de um alfinete
e passo no meio da Terra
dedos estiletes