O CAMINHO SEM CHAMADO
Tantas quantas vem são as que vão
como as torrentes de águas frias
sem sentimentos, sem alguma emoção,
todas voláteis, somem todos os dias.
E eu fico parado olhando para este rio
que leva as minhas emoções de sonhos
que me doi como um golpe involuntário
mas que passa e some nos dias tristonhos.
Mas a visão é, na verdade, a miragem,
e os teus olhos são o brilho do luar
os teus cabelos compôem a paisagem
e logo já estás bem além do mar.
Tantas quantas são, tantas são ninguém,
eu me despi da glória, da flor da idade,
e me falam de tudo e também de saudade
fico a ver o vento soprar sobre o meu bem.
O vento farfalhou as águas do teu mar,
e a minha ansiedade destruindo as ondas,
o meu calor procurando o teu soprar
e fico a espera para que me sondas.
Perdi tudo, agora aqui, tudo vazio,
esperando, talvez, a nova remessa,
de emoções, como o nauta em seu navio,
que logo tem o porto como promessa.
Novamente eu aqui sozinho
sem nenhuma estrela a rutilar
sem nenhum chamado pelo caminho
ou mesmo um distante brilho do olhar.
(YEHORAM)