O CAMINHO SEM CHAMADO

Tantas quantas vem são as que vão

como as torrentes de águas frias

sem sentimentos, sem alguma emoção,

todas voláteis, somem todos os dias.

E eu fico parado olhando para este rio

que leva as minhas emoções de sonhos

que me doi como um golpe involuntário

mas que passa e some nos dias tristonhos.

Mas a visão é, na verdade, a miragem,

e os teus olhos são o brilho do luar

os teus cabelos compôem a paisagem

e logo já estás bem além do mar.

Tantas quantas são, tantas são ninguém,

eu me despi da glória, da flor da idade,

e me falam de tudo e também de saudade

fico a ver o vento soprar sobre o meu bem.

O vento farfalhou as águas do teu mar,

e a minha ansiedade destruindo as ondas,

o meu calor procurando o teu soprar

e fico a espera para que me sondas.

Perdi tudo, agora aqui, tudo vazio,

esperando, talvez, a nova remessa,

de emoções, como o nauta em seu navio,

que logo tem o porto como promessa.

Novamente eu aqui sozinho

sem nenhuma estrela a rutilar

sem nenhum chamado pelo caminho

ou mesmo um distante brilho do olhar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 06/10/2010
Código do texto: T2541093
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