AS VEZES DE CIDADÃO
Fiz valer as vezes de cidadão,
deixei de lado as minhas revoltas
de compreensiva votação
para mudanças, embora remotas.
Escolhi em pleito os candidatos,
calculei os seus feitos e ações
chega de vagas, de seus ornatos
de promessas e enganações!
Não deixar de acreditar
é fazer o país, é eleger,
estar presente, participar,
é esperança, reaver.
Não encarar com leviandade,
embora muitos sejam levianos
o erro de um não justifica a maldade
de outrem e de profanos.
Eu quero fazer esta história,
embora invisível, bastidores,
quero ver meu país na sua glória
para poder plantar e colher minhas flores.
Vi as urnas de papelão
transformarem-se em caixas de metal
é o sinal da evolução
é prova que visamos a moral.
Eu, cidadão convicto dos meus ideais,
que mistico fui e agora intelecto racional,
meus princípios valem muito mais
que vender a consciência para o mal.
Já ergui os meus olhos para o céu,
sem fé, sem nenhuma esperança,
chorei sobre cédulas de papel,
hoje votei puro como criança.
(YEHORAM)