O TEMPO PARA

Tudo tão confuso no momento,

as estrelas no céu se entrelaçam

para ordernar um pensamento

rutilantes se ameaçam.

Eu não vejo a branca areia

que cai na ampulheta

como minh´alma anseia

pelo tempo na calda de um cometa.

Ofegante fica a respiração,

o suor pelo corpo da ansiedade

uma suave brisa de aflição

uma dose alcóolica de saudade.

Misturando as coisas no peito,

o sentimento latente de solidão

a lembrança mescla com efeito

e bombeia sangue ao coração.

E deitado ali com os pensamentos

discutindo sobre café da manhã

o amor da noite, daqueles momentos,

me enlaço na cama com uma espiã.

E o tempo que não passa ocioso,

no outro dia já se passaram trinta anos

e por tudo que perdi odioso

é passado deixando por baixo dos panos.

As duas faces do bem que tenho,

são boas amigas opostas

o mal não teve bom desempenho

para ele foi que virei as costas.

Mas sempre que viro ele está de frente,

diante de mim como espelho,

o mal que eu rejeito é o mesmo dissidente

e o mesmo sangue corre vermelho.

Com tanta complexidade

com tanto desejo de amar uma mulher

não me resta só oportunidade

com toda a dedicação que me requer.

E assim a ampulheta do tempo para,

quando se vê que não há cãs,

que o vigor ainda é tara

fazendo amor todas as manhãs.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 02/10/2010
Código do texto: T2534179
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