O TEMPO PARA
Tudo tão confuso no momento,
as estrelas no céu se entrelaçam
para ordernar um pensamento
rutilantes se ameaçam.
Eu não vejo a branca areia
que cai na ampulheta
como minh´alma anseia
pelo tempo na calda de um cometa.
Ofegante fica a respiração,
o suor pelo corpo da ansiedade
uma suave brisa de aflição
uma dose alcóolica de saudade.
Misturando as coisas no peito,
o sentimento latente de solidão
a lembrança mescla com efeito
e bombeia sangue ao coração.
E deitado ali com os pensamentos
discutindo sobre café da manhã
o amor da noite, daqueles momentos,
me enlaço na cama com uma espiã.
E o tempo que não passa ocioso,
no outro dia já se passaram trinta anos
e por tudo que perdi odioso
é passado deixando por baixo dos panos.
As duas faces do bem que tenho,
são boas amigas opostas
o mal não teve bom desempenho
para ele foi que virei as costas.
Mas sempre que viro ele está de frente,
diante de mim como espelho,
o mal que eu rejeito é o mesmo dissidente
e o mesmo sangue corre vermelho.
Com tanta complexidade
com tanto desejo de amar uma mulher
não me resta só oportunidade
com toda a dedicação que me requer.
E assim a ampulheta do tempo para,
quando se vê que não há cãs,
que o vigor ainda é tara
fazendo amor todas as manhãs.
(YEHORAM)