*A PALAVRA
Guardo-te limpa com tanto zelo
Tratamento de rainha, excesso
Às vezes, dos acentos desprezo
Por descuido, por não ter acesso
Procuro não ultrapassar o encanto
Para não ferir, envolver no pranto
Mas, teima desobedece, e, sincera
Fazes à mágoa, o inimigo emperra
Como entender-te noutra mão ali
Pensamentos seus em convicção
Pensamentos meus falando aqui
Vontades diversas em devoção!
Meus olhos te louvam dia e noite
Nos contos, crônicas, poemas brios
Oculto ao meu olhar, alguns afoites
Que fazem da palavra vãos desafios
Nos palavrões que dás espaços
Ao erotismo não tenho enlace
Para que! Soa todos em percalços
Fere, embota, torna-te fugace
E do amor quando o olhar te deita
De tanto encanto que a alma agita
Mente e corpo em ti se deleita
Parece chama em verdade eleita
Mas, quando a lógica se conflita
E, nas falácias o campo se aprimora
Ah, meu ego em ti, te mortifica
E vejo tua força noutra mão afora
Da eloquencia sou cativa ativa
Aos “homens” leio e fico enleva
Na mesma eloqeuncia a mão criva
Mata o coração, luz apaga a treva
A página silenciosa réu confessa
Cancioneiros, aprendiz, doutores,
Como confessora nata que se presa
Reserva leitura segredos redentores
Nasceste, palavra, para unir nações
Como a faca que serve para o corte
Tu cortas amigos, famílias, relações
Serás imortal, mas sou de ti consorte
Ao dom da palavra que faz encanto
Da mesma palavra que apaga a luz
Eu que dela uso e também desencanto
Prostro-me redentora levo minha cruz
sonianogueira
Selecionada para a Segunda
Coletânea de Contos e Poemas
Usina de Letras, RJ
Guardo-te limpa com tanto zelo
Tratamento de rainha, excesso
Às vezes, dos acentos desprezo
Por descuido, por não ter acesso
Procuro não ultrapassar o encanto
Para não ferir, envolver no pranto
Mas, teima desobedece, e, sincera
Fazes à mágoa, o inimigo emperra
Como entender-te noutra mão ali
Pensamentos seus em convicção
Pensamentos meus falando aqui
Vontades diversas em devoção!
Meus olhos te louvam dia e noite
Nos contos, crônicas, poemas brios
Oculto ao meu olhar, alguns afoites
Que fazem da palavra vãos desafios
Nos palavrões que dás espaços
Ao erotismo não tenho enlace
Para que! Soa todos em percalços
Fere, embota, torna-te fugace
E do amor quando o olhar te deita
De tanto encanto que a alma agita
Mente e corpo em ti se deleita
Parece chama em verdade eleita
Mas, quando a lógica se conflita
E, nas falácias o campo se aprimora
Ah, meu ego em ti, te mortifica
E vejo tua força noutra mão afora
Da eloquencia sou cativa ativa
Aos “homens” leio e fico enleva
Na mesma eloqeuncia a mão criva
Mata o coração, luz apaga a treva
A página silenciosa réu confessa
Cancioneiros, aprendiz, doutores,
Como confessora nata que se presa
Reserva leitura segredos redentores
Nasceste, palavra, para unir nações
Como a faca que serve para o corte
Tu cortas amigos, famílias, relações
Serás imortal, mas sou de ti consorte
Ao dom da palavra que faz encanto
Da mesma palavra que apaga a luz
Eu que dela uso e também desencanto
Prostro-me redentora levo minha cruz
sonianogueira
Selecionada para a Segunda
Coletânea de Contos e Poemas
Usina de Letras, RJ