NÃO SEI
RUÍNAS DO TEMPLO DE SALOMÃO
Não há como retirar
E nem como devolver
O que impregnado está
Diluído entre as paredes
De um templo de sonhos
Construído
Não há como regredir
Fazer de conta ou fingir
A s ruínas do templo de Salomão
Apertadas
Entre dedos
Escorrem
Molham a humanidade
Do desconhecido
Em saudade
Escorrendo pelos rios da terra
Ininterruptamente
SUBLIME SERENATA
A poesia me resgata
Da monotonia
Da regra
E faz da minha respiração
Infindável
Sublime serenata
E EU DIREI SOBRE TI
Dorme
E eu faço versos
De tal sorte
Como se a vida
Fosse a morte
Dorme
Sonha
E eu direi sobre ti
Versos
Voadores versos
Leves
Versos colibris
OVELHAS DESGARRADAS
Se eu fosse cantora
Noites inteiras cantaria
Boêmia anoitecia
Amanhecia
Mas sou pastora
De versos desgarrados
NÃO HAVERÁ ALEGRIA NO CÉU
Pelos meus versos
Não tentes
Os meus desgarrados versos salvar
Podes os teus dedos queimar
VERSOS DE ARRIBAÇÃO
Versos de arribação
Colunas de fogo
Mar aberto
Quando passarem os cavalos
Serão todos
Submersos
DOAÇÃO
Amorosamente
Me dou
Torno a me dar
Cegamente
À palavra
Incautamente