Neste suplicio

Neste suplicio de esperas,

escuto minhas próprias quimeras,

que me falam de palavras ocas,

de ecos e desejos que não consigo eternizar. Sento-me nesta cadeira que balança entre os gumes de uma faca, mantendo o corpo reto, para que o espírito se mantenha erecto.

Nesta surdina procuro a tua voz, que não chega mais até mim, como se todos os gritos se misturassem na multidão, como se fosse apenas eu e a minha solidão.

Neste pranto em que me emaranho, sou singela pluma que na deriva do vento flutua, lágrima que se solta em choro compulsivo como criança perdida no meio da vida.

Esta dor acutilante que minha mente lacera, deixa minha alma encerrada, nesta constante espera.