Scriptum Kalligraphia
O escritor escreve o escrever
O poeta escreve o amar
Tu, Escrita, mundo de caligrafias
Cria com palavras um mar
De origens e histórias
Que a gente se perde e se afoga.
São rabiscos de amores, loucuras e vícios
Reações de puros delírios
Tu, Escrita, palavra entintada
Torna-se rubrica manchada.
Tem poder de guiar multidões
Manifestar, ir contra revoluções
Derrubar qualquer religião
Tornar eterna qualquer opinião.
Tu, escrita, minha causa
Tu, escrita, minha rebelião.
Dá ao poeta a escolha
De não só uma mulher amar
De não só uma viagem relatar
De não só uma realidade criar.
Ou matar-se
Ou matá-las.