De novo Grilopus...(Republicando)

De novo Grilopus

De novo, novamente.

Pegar a trilha a picada

Que leva a Grilopus

Paro, penso como é duro

Olhar para dentro

Ir de encontro

Ao interior

Atravessar o pantanal

Tudo mudou

Nada é igual

Não existem trilhas

Estou sendo seguido

Sinto olhos escondidos

Olhando-me furtivos

Seguindo-me por onde vou

Já passei por aqui

Ando em voltas

Não posso parar

Nem atolar nesse areal

Estou em perigo

Sinto é real

Não é paranóia

Um grilo pula em meu ombro

Sorrindo diz – te assustei poeta?

Apenas sorrio de volta.

Ele entende, estou salvo.

Ele aconselha – segue o caminho

Gramado é firme.

Não aumente a velocidade

Logo em frente tem

Um mata burro

Logo depois pegue a trilha

Virando 45 graus para a esquerda.

- Faço o que manda.

Agora em frente, segue a trilha.

Ele salta do meu ombro

E eu sigo, já sei o caminho.

Paro em frente ao portal

Não posso entrar

Sento em frente

Ao portal, posição de lótus.

Respiro lentamente

Esvaziando a mente

Não pensar, não sentir,

Deixar fluir, silêncio,

O abecedário rolando

Em minha mente

Símbolos

Caracteres

Hieróglifos

Sinto a ruptura

A queda

A vertigem

Na profundidade

Abissal

Parei

De cair

Cheguei ao fim

Ao fundo

Ou a borda

Do mundo

Eu

Nada

Tudo

É

Fim!

ABittar

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