Pandora
Severa
Delatas a ausência do verbo
Imagina-te sem angustia e depressão,
Não podeis ser palavra e verbo?
Um credo é circunstância atônita em tuas palavras
Que agora tem o som da melancolia
E do frio do anoitecer
Chegam tão capazes de mudar
O insano tempo de ensandecer
Crispa teus pelos com lembranças
Não encosta tua sombra nos ombros de um tempo
Que foi açoite, porção de calos em tuas mãos que afagaram
Alheios ao teu vil amor
Ainda és esfinge
Devora-te
Oferece ao dias bilhetes corridos com emoção de dedo apertado na porta,dor de costa lanhada, foge de chinelos de cor do azul do céu, pois pisaras nas pontas das estrelas, segue um caminho assim, assado, cozido
Amado, de couro curtido, onde o sol se mistura com tinta azul de canetas pretas,e lendo livros que falam de bulas de remédios vencidos, válidos, valium Não deixe as palavras voarem pregue-as com pesos de papel cinzeiro amontoados em agulhas de linha, linhares, mares e marés, salva teu humor
Amarra a bandeira em garfosE deposita teu olhar na grafia de minha boca.