Rasga Mortalha

Meu antiacido

De limpar frieiras no estomago

Minha farda de SER anti-social

Minha face em madrepérola

Minhas lendas que se confundem

E se espalham por minha cabeça

São fomentos para minha náusea

Que se enche e fica a bufar

Irritada

Esbugalha olhos

Tortura sonhos

Esfola na pele vertiginosa

Trilha com tez das múltiplas

Peles de olhos

Que refletiam

O peso da ausência

A clausura e seu sentido

Estimulam a burocracia e o medo

Minha espora é pesada

Meus versos são curtos como minha sanidade

Meus intentos

Sou redundante em mim mesmo

Não sou cópia de nada e nada se agrega a mim

Infinita a música virou meu bueiro

Agora o peso mede minha força

Elevo minhas mãos ao firmamento

Quero entregar a noite

Lembranças que curtas como minha irrisória sanidade

Fazem-me sucumbir à violência de querer ser passado

E pesado sou relento de horas que amassaram o rosto com o resto pueril de minha insólita misericórdia

Incerta, turva, a vista não avista

Meu nada que urina por todo o corpo

Salobre

Insano

Caótico é não lembrar

O peso do nada no corpo que divide o tempo de

Ser antiácido e dissolver minha magoa.