Av. Paulista de novo...(republicando)

Avenida Paulista

O frio, enfim chegou.

Basta olhar e ver

Todo mundo encolhido

É hora de tirar

A roupa de frio

Dos guarda-roupas

Que há muito

Não usamos

Os gorros

As luvas

As capas

O sobretudo.

O cachecol

É hora

De chegar

Cedo em casa

Tomar uma sopa

Enrolar-se

No cobertor

Sentar em frente

Ao computador

E escrever para você

Que ainda lê o que escrevo

Que bom ter você ai

Apenas lendo

Raramente opinando

Poderia ser mais opinante

Mas, nem sempre da tempo.

De opinar, bem cedo.

Tem que acordar

Para ir trabalhar

Mas, quando opina.

Fico sabendo se estou

No caminho certo

Ou se devo mudar

O meu jeito de escrever

Ou o meu modo de olhar

Será que meu ponto de vista

É igual ou parecido ao seu

Sei que às vezes falo demais

Nem sempre estou num bom dia

Implico demais com coisas banais

Mas escrevo de um modo popular

Não escrevo só para mim

Se assim fosse só pensaria

Quero escrever sobre o que gosto

Ou o que quero e o que penso

Mas, que vá de encontro.

Ao que os outros pensam

Em sua maioria

Quero sim o reconhecimento

Sou um artista sem vergonha

O aplauso faz bem para o ego

Gosto de aplauso, não sou hipócrita.

Escrevo, logo, quero ser criticado,

Aplaudido, mas nunca ignorado,

Deixado de lado e até apagado

Sem ao menos ser lido,

Por você meu leitor,

Pois sem você eu não existo

Sou um poeta, não um eremita.

Tenho necessidade de gente

Sou um ser coletivo

Que vive em sociedade

Em coletividade

Com as mesmas necessidades

Quero ter a voz do povo

De gente como eu, como você,

Que pensa e fala o que sente

Que vive ama e sofre

Que luta que perde

Que ganha que morre

Que quer um país melhor

Para nos, para nossos filhos.

Para nossos netos

Somos humanos

Fazemos sexo

Procriamos

Queremos

O melhor

Porque outro tem

E nos não temos

Queremos

Educação

Cultura

Saúde

Segurança

Uma casa própria

Poder de troca

E barganha

Tudo que nos prometeram

Antes da eleição

E não cumpriram

Depois dela

“Por isso você vai notar”.

“Os erros do meu português ruim.“

Como dizia aquela música,

Do Roberto e Erasmo.

Amolei demais?

Perdoa-me sou humano

Te amo e sou sincero

ABittar

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