A CANÇÃO DO VENTO

Mal poema o meu

Que fala em degredos

Em sonhos dispersos

Mal poema o meu

Que não canta vitória

Que festeja insucesso

Meu poema

Está suando frio

Gotejando em cada verso

Este imenso vazio

Em meu peito aberto

Ferida exposta

Imenso deserto

O apanhador no campo de centeio

Saiu a procura de um verso

Igual ao amante que busca no seio

De sua amada

Toda paz do universo

Tomou de sua lira a canção do vento

Roubando pólen para doar mel

A amada que foge não sabe o tempo

Que o poeta perde olhando o papel

Melancolia porque me visitas

Ah solidão

Porque me acompanhas

Oh deus

Porque versos tão tristes

Arre, que tristeza tamanha

Eu era alegre como um rio claro

Cascatas de sol

Em arco-íris

Sorria de um sorriso largo

Regozijado em brilho na tua íris

Por onde andará minha alegria

Aonde se escondeu o meu amor

Qual feiticeira vil

Qual nigromante

Em saudade a transformou

Mal poema o meu

Que nada diz

Dos meus castelos

Dos sonhos belos que sonhei

Das carícias plenas

Que imaginei contigo

Teus seios nus nos lábios meus

Olhos negros

Olhos negros

Porque me persegues

Se não percebes a imensidão

Desse impossível sentimento

Que instalou-se em meu coração.

Zanoni Yberville
Enviado por Zanoni Yberville em 05/09/2010
Reeditado em 24/06/2013
Código do texto: T2480293
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.